Rejeição às vacinas: um problema moderno

A rejeição às vacinas está aumentando a cada dia que passa. Este negacionismo da ciência é um dos maiores problemas modernos e já se tornou muito perigoso para a saúde pública. Entenda melhor como isto acontece.

Por que tantas pessoas são antivacinas?

Antigamente, acreditar em teorias da conspiração ou ter ideias pouco convencionais era mais difícil, por causa do receio do julgamento. Porém, na internet as pessoas acharam um espaço para expressar suas ideias tendo uma tela por meio para se proteger.

Além do mais, o que antes eram alguns antivacinas dispersos pelo mundo, hoje se tornaram comunidades online que dialogam e espalham desinformação ativamente. A ideia da rejeição às vacinas começou a ter mais alcance, devido à possibilidade de comunicação instantânea com pessoas ao redor do globo.

Ao mesmo tempo que a internet dá maior liberdade para o compartilhamento de ideias, mesmo que equivocadas, também cria comunidades fechadas. Isto é, a formação de bolhas sociais, nas quais os indivíduos com a mesma opinião reafirmam as suas opiniões.

Assim, se formou uma comunidade sólida na qual são compartilhadas fake news constantemente, prejudicando não só o intelecto de muitos como também a saúde pública.

Por outro lado, parte do problema se deve ao distanciamento do mundo científico em relação à população. Ou seja, o uso de linguagem acadêmica e a falta de divulgação científica que torne a informação acessível a todos os públicos.

Por exemplo, um dos pontos que causa rejeição às vacinas é o fato delas possuírem o agente agressor (vírus, bactéria etc.) morto ou atenuado.

No entanto, muitos acreditam que isto será prejudicial para a saúde, sendo que, apesar de poder ocorrer efeitos adversos, eles são muito raros. Dessa forma, ao contrário do que muitos pensam, uma vacina apenas é aprovada se os seus benefícios forem muito maiores do que os possíveis efeitos adversos.

Apesar disso, a rejeição às vacinas continua aumentando e trazendo inúmeros prejuízos à saúde pública.

Prejuízos da rejeição às vacinas

Existe um motivo pelo qual as vacinas são necessárias mesmo com a diminuição de casos ou até erradicação das doenças. Os vírus e bactérias continuam circulando mesmo sem afetar a população, a qual está imunizada.

Por isso, com o aumento da rejeição às vacinas, doenças erradicadas podem voltar. Este é o caso do sarampo, que em 2016 foi erradicado do Brasil. Desde então, a partir de 2018 houve um novo surto, o qual chegou a 8,4 mil casos em 2020.

Desse jeito, a campanha de vacinação contra o sarampo ganhou força, pois a vacinação da maioria da população é importante tanto para o próprio indivíduo quanto para a coletividade.

Isto se deve a que a maioria das pessoas consegue ser imunizada pelas vacinas. Contudo, é comum que uma pequena parcela da população não fique imunizada apesar de tomar a vacina.

Da mesma forma que alguns não conseguem tomar por motivos como:

• pacientes com câncer e/ou fazendo quimioterapia

• portadores de AIDS e outras doenças imunossupressoras

• receptores de transplantes de órgãos

• grávidas

• entre outros

Deste modo, estas pessoas dependem da imunidade de rebanho para se proteger contra certas doenças. Em outras palavras, precisam que as pessoas ao seu redor estejam imunizadas para que os agentes infecciosos não consigam chegar até elas.

Quais são as principais vacinas?

Existem tanto doenças infantis prevenidas por vacinas como doenças que afetam os adolescentes e adultos. Algumas das vacinas mais importantes são:

• BCG

• Hepatite A

• Hepatite B

• Pentavalente (DTP)

• VIP/VOP (Poliomielite)

• Rotavírus humano

• Meningocócica C

• Febre Amarela

• Tríplice viral

• Tetra viral

• Influenza (gripe)

• HPV

• Meningocócica ACWY

• Pneumocócica 23

• Herpes Zóster

Para todas as vacinas, existe um momento certo da vida do indivíduo para que sejam aplicadas. Por isso, é necessário seguir corretamente o calendário de vacinação.

Vacinas contra o Covid-19

Até hoje, apenas duas vacinas foram aprovadas pela ANVISA para serem administradas à população.

CoronaVac

A CoronaVac está sendo produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. Desde o dia 17 de janeiro de 2021 estão sendo aplicadas na população brasileira.

Ela foi criada a partir da tecnologia com vírus inativado. Em outras palavras, o indivíduo vacinado receberá o vírus inativado para que o corpo o reconheça e comece a produzir anticorpos.

Assim, no caso do paciente entrar em contato com o Covid-19, o próprio organismo dele já estará preparado para se defender.

A CoronaVac diminui em 50,38% a chance do indivíduo contrair o Covid-19. Além do mais, mesmo contraindo, tem 100% de chance do caso não ser grave e 78% de chance de não sentir nenhum sintoma.

AstraZeneca/Oxford

Por outro lado, esta vacina foi produto de uma parceria da Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca, no Reino Unido. Posteriormente, assim como a CoronaVac com o Instituto Butantan, houve transferência da tecnologia para o Fiocruz.

Ainda está na espera dos suprimentos para o começo da produção local. Porém, já começou a ser aplicada no Brasil por meio de um lote enviado.

Neste caso, a tecnologia usada consiste em um vírus vivo sem a capacidade de se “reproduzir” no organismo. Da mesma maneira, apesar de usar outro mecanismo, provoca a produção de anticorpos contra o Covid-19.

Em média, sua eficácia é de 70%, precisando de duas doses para ser eficaz. Também, estudos preliminares indicam que ela pode ser eficaz contra a variante de Covid-19 de Manaus.

Outras vacinas

Por enquanto, apenas as duas anteriores foram aprovadas e distribuídas no Brasil, existem outras que estão sendo desenvolvidas no mundo. Caso a ANVISA aprove, também poderão ser aplicadas nacionalmente:

• Pfizer/BioNTech

• Moderna

• Sputnik V/Instituto Gamaleya

Rejeição às vacinas contra o Covid-19

No entanto, mesmo diante dos grandes avanços das vacinas contra o Covid-19 em tão pouco tempo, a rejeição às vacinas pode se tornar um fator extremamente perigoso.

Após um ano de intensa luta contra a pandemia, uma pesquisa do PoderData mostrou resultados assustadores: a rejeição às vacinas contra o vírus chegou até 21%.

Sendo assim, segundo esta pesquisa, apenas 71% da população pretende se imunizar contra o vírus que matou mais de 260 mil brasileiros.

De fato, a desinformação em relação às vacinas é um dos piores e mais destrutivos problemas modernos.

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Disponível em: Movimento antivacina https://www.ufcspa.edu.br/noticias/34-meu-perfil/imprensa/noticias/810-movimento-antivacina. Acesso em: 14 de Abril de 2021

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